terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O caso Wal-Mart (Parte I)

Maio/2004 - O Wal-Mart começa com o rastreamento de pallets e caixas de produtos com as etiquetas EPC (Electronic Product Codes) em um de seus centros de distribuição e sete de suas lojas no Texas, como parte de um teste sendo conduzido com oito fornecedores. Os produtos são fornecidos em caixas e pallets identificados com etiquetas RFID transportando Código Eletrônico de Produtos (Electronic Product Codes, ou EPC). Os produtos são rastreados até os fundos de sete lojas Wal-Mart no Texas. O Wal-Mart está encarando o ato como um teste, mas Simon Langford, gerente do Wal-Mart para estratégias em RFID, considera que esse é o início do roll-out da tecnologia do EPC planejado pela companhia. “No ano passado, quando fizemos um briefing com nossos fornecedores, dissemos que planejamos fazer um teste piloto no mundo real em um centro de distribuição e várias lojas”, ele diz. “Está nos nossos planos desde o começo e é uma seqüência natural dos nossos testes de laboratório”. O Wal-Mart disse em Junho de 2003 que iria exigir que seus 100 principais fornecedores começassem o envio de pallets e caixas etiquetadas em Janeiro de 2005. O revendedor gastou quase um ano fazendo testes em um laboratório especializado em RFID. Os oito fornecedores participando do teste são Gillette, Hewlett-Packard, Johnson & Johnson, Kimberly-Clark, Kraft Foods, Nestlé Purina PetCare Co., Procter & Gamble e Unilever. O Wal-Mart diz que mais companhias serão adicionadas conforme o teste progrida. “Somos gratos a essas companhias pelo seu compromisso em melhorar o processo das cadeias de fornecimento. Não é fácil ser um pioneiro... Mas é assim que o progresso é feito, e essas oito companhias estão na linha de frente da revolução da maneira com que fazemos negócio”, diz Linda Dillman, CEO do Wal-Mart. Inicialmente, apenas 21 dos mais de 100.000 produtos nos estoques de um típico Wal-Mart Supercenter serão incluídos no teste. Pallets e caixas etiquetadas desses produtos chegarão no centro de distribuição regional do Wal-Mart, onde leitores nas portas das docas irão automaticamente fazer um rastreamento das etiquetas. Os dados serão passados para um requerimento que avisará revendedores, times de merchandising e fornecedores de produtos que aquele carregamento específico chegou. Nos centros de distribuição, as caixas serão removidas dos pallets e processadas, como de costume, e então serão levadas de caminhão às sete lojas participantes do Wal-Mart. Quando as caixas etiquetadas chegarem aos fundos dessas sete lojas, as etiquetas nas caixas serão lidas e automaticamente será confirmado o recebimento do carregamento. O Wal-Mart espera ler 100 por cento de todos os pallets chegando às portas das docas nos centros de distribuição e lojas equipadas com leitores, e 100 por cento de todas as caixas etiquetadas em transportadores dentro dos centros de distribuição. Langford diz que o Wal-Mart espera chegar aos 100 por cento de precisão na leitura, e o teste piloto deve confirmar que isso é possível. Os revendedores insistiram que a meta é melhorar a disponibilidade dos produtos nas prateleiras dentro das lojas e que preocupações com a privacidade estão sendo levadas em conta. “Com certeza entendemos e valorizamos a preocupação dos consumidores com a privacidade”, disse Dillman. “Por isso queremos que os consumidores saibam que as etiquetas RFID não vão conter qualquer informação adicional sobre os consumidores. Na verdade, em um futuro não muito distante, não haverá leitores de RFID em nossos andares principais das lojas”. Caixas etiquetadas podem aparecer nos andares de vendas das sete lojas do Wal-Mart envolvidas no teste, assim como em outras lojas (que atualmente não possuem leitores RFID nas portas de suas docas) ligadas ao centro de distribuição do Texas. Alguns produtos individuais (caixas de um ítem, como o Wal-Mart se refere a elas) terão etiquetas. Isso inclui dois tipos de impressoras HP e um HP ScanJet scanner. As etiquetas estarão nas embalagens desses produtos individuais e a embalagem será marcada com um símbolo do EPCglobal, indicando que uma etiqueta EPC está presente. As etiquetas serão removidas quando a embalagem for jogada fora, e os consumidores não serão rastreados quando deixarem a loja. Sinais com o logo da EPCglobo serão colocados na prateleira onde os produtos da HP são vendidos para ajudar os consumidores a identificar os itens com etiqueta. Muitos daqueles que estão envolvidos com o teste e o desenvolvimento e distribuição da tecnologia EPC sentem que este é um momento significativo, comparável com o primeiro scanning comercial de um Código de Produto Universal, feito com um pacote de 10 unidades de chicletes da Wringley, em 26 de junho de 1974. “É um dia histórico”, diz Jack Grasso, porta-voz da EPCglobal, que estará vendo de perto a primeira chegada de produtos etiquetados. “Esta é a primeira vez que a tecnologia EPC está sendo usada em uma aplicação real. É um sinal da quantidade de movimento que está por trás da EPCglobal e da tecnologia EPC”. (Texto escrito por Mark Roberti, do RFID Journal Tradução: Diego Olivares)

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